A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, visitou, segunda-feira, a barragem hidroeléctrica de Norak, a maior e mais alta da Ásia Central, com uma capacidade de produção de mais de mil megawatts e que tem fornecido água e energia eléctrica aos países vizinhos do Tadjiquistão.
Acompanhada pelo embaixador de Angola na Rússia e no Tadjiquistão, Augusto Cunha, e do secretário de Estado das Águas, António da Costa, a Vice-presidente da República recebeu informações detalhadas sobre a infra-estrutura, que neste momento passa por um amplo processo de modernização dos equipamentos para aumentar a capacidade de produção de energia eléctrica.
Segundo Awar Kiromiddijov, director adjunto da Barragem de Norak, localizada na província com o mesmo nome, numa distância de mais de 60 quilómetros da cidade de Dushanbe, a capital do Tadjiquistão, trata-se da maior e mais alta central hidroeléctrica da região, com 300 metros de altura.
Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado das Águas, António da Costa, reconheceu ser uma central superior às maiores que há em Angola, como a de Laúca e mesmo a de Caculo Cabaça, em fase de construção.
Em relação à manutenção, disse que a única diferença é que Angola ainda importa todo o material para o efeito, ao contrário daquele país que tem tudo disponível no mercado interno.
Para António da Costa, trata-se de mais uma infra-estrutura com quem as empresas angolanas do sector podem fazer parcerias naquilo que é o seu desenvolvimento e ver como, de facto, estão a gerir a conservação dos equipamentos.
“Dizer que ficamos com uma impressão bastante positiva. É uma central que, neste momento, está a sofrer um processo de modernização que qualquer instalação do género, depois de um tempo, tem que acompanhar o desenvolvimento científico e técnico, e os equipamentos antigos conservados como património para que se consiga ver o passado”, salientou.
Em relação a uma parceria com o Governo de Tadjiquistão neste sector, o governante angolano frisou que existe sempre uma grande possibilidade de Angola poder ir buscar novos conhecimentos e novas valências, que são sempre muito bem-vindos.
“Sabe que as empresas públicas têm autonomia administrativa financeira e podem ter esse tipo de parceria com outras empresas no sentido de adquirir know-how e também de formação. Acho que aqui é um ponto que devemos aproveitar”, sublinhou.
Quanto ao facto da barragem de Norak exportar água e energia eléctrica para os países vizinhos, disse ser uma fonte de inspiração para Angola, que também já está nesse processo, porque tem superávit na produção, o que justifica que de facto o país pode exportar energia eléctrica aos países vizinhos.
“Nas últimas entrevistas com o ministro da Energia e Águas temo nos confrontado com esse tipo de informações a incentivar as empresas privadas a investirem em linhas de transporte e só assim vamos conseguir então exportar energia, o que será também uma fonte de receitas para o nosso país”, defendeu.
Canal do Cafu como exemplo na Conferência
Sobre a participação de Angola na Conferência Internacional de Alto Nível, cuja sessão de abertura acontece hoje, António da Costa disse que a mensagem é de dar a conhecer os bons exemplos do país para mitigar a situação de seca no Sul do país, com a construção do Canal do Cafu, onde, de facto, hoje já se conseguiu ter uma área de 5 mil hectares para a produção agrícola, retirar água para 2.135 pessoas e o abeberar 2.500 cabeças de gado bovino.
“Acho que é um bom exemplo que nós trouxemos aqui para a Conferência, de modo a dar a conhecer isso e os interessados que quiserem podem visitar o Canal do Cafu”, realçou.
Quanto à lógica da racionalização da água, o secretário de Estado frisou que este é um assunto que tem que começar por todos, a partir das próprias casas, sendo um trabalho que o sector tem vindo a fazer em parceria com o Ministério do Ambiente.
“Temos a certeza que vamos conseguir sensibilizar a nossa população no sentido de cada vez mais poupar e honrar a água”, sublinhou.
Hoje decorre a sessão de abertura da 3ª Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Década Internacional de Acção da “Água para o Desenvolvimento Sustentável” 2018-2028.
O evento internacional conta com declarações do Presidente da República do Tadjiquistão, Emomali Rahmon, do presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Dennis Francis, e da Vice-Presidente da República de Angola, Esperança da Costa, que está entre vários outros intervenientes de alto nível que se encontram em Dushanbe.
Depois da sessão de abertura, que decorre num espaço de tempo de duas horas e meia, no grande Hall Plenário de Kokhi Somon, centro de congressos de Dushanbe, segue-se a sessão plenária, um momento para os chefes de delegação fazerem declarações políticas.
À margem da 3ª Conferência Internacional de Alto Nível sobre a Década Internacional de Acção da “Água para o Desenvolvimento Sustentável” 2018-2028, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, vai manter hoje, em Dushanbe, encontros com os homólogos da Zâmbia e do Zimbabwe.
Num outro momento, Esperança da Costa deve ainda encontrar-se com o Primeiro-Ministro do Tadjiquistão, Qohir Rasulzoda.
Jantar oferecido pelo Primeiro-Ministro do Tadjiquistão
A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, participou, ontem, no jantar oferecido pelo Primeiro-Ministro da República do Tadjiquistão, Qohir Rasulzoda, às delegações estrangeiras participantes da Conferência Internacional sobre a Água, cuja abertura oficial acontece hoje, em Dushanbe.
No jantar, que decorreu no Centro Cultural Kohi Samon, estiveram, igualmente, o Vice-Presidente do Zimbabwe, Constantino Chiwenga, com quem Esperança da Costa interagiu por momentos.
Antes do jantar, a Vice-Presidente da República assistiu, no mesmo Parque Cultural, ao primeiro Festival da Água e dos Glaciares, que decorreu no âmbito da 3ª Conferência.
Destinado aos participantes estrangeiros, o evento, que atraiu a atenção da Vice-Presidente, foi mais uma exposição de alimentos, bebidas, comidas, doces, salgados, frutas, música, dança e outras manifestações da cultura do Tadjiquistão.
Foi um festival que celebrou a água e os glaciares como bases da vida, do bem-estar, da prosperidade e do desenvolvimento sustentável do Planeta.
Além da exposição, aconteceu o show com efeitos especiais com a água, um espectáculo que atraiu muitos estrangeiros, que também se deliciaram com os pratos típicos do Tadjiquistão, oferecidos gratuitamente a todos os presentes.