O especialista da Organização Africana de Aviação Civil (AFCAC), o sul-africano Kinkile Kgomo, disse quinta-feira, em Luanda, que o Aeroporto Internacional António Agostinho Neto tornar-se-á num dos mais importantes do continente devido à sua grandiosidade, qualidade e localização estratégica.
Em entrevista ao Jornal de Angola durante o Primeiro Fórum sobre Segurança da Aviação Civil Contra Actos de Interferência Ilícita, cujo tema era “Juntos pela Segurança: em Terra, no Mar e no Ciberespaço”, organizado pela ANAC em comemoração ao Dia Internacional da Aviação Civil, Kgomo ressaltou a capacidade de movimentar 15 milhões de passageiros anualmente no pico de sua operação. Uma projecção, segundo o especialista, que resulta “seguramente na expectativa de um aumento na procura por novas rotas devido à concretização da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA) e a subsequente na abertura da África para fluxos comerciais internacionais”.
A aposta na operacionalização dos serviços, sublinhou o representante da AFCAC, “constitui um dos grandes desafios da gestão do Novo Aeroporto de Luanda, uma vez que, em termos qualitativos, a seu formato e dimensão permitem aferir as bases para a materialização de um dos pressupostos para a melhor interligação entre as companhias que operam no continente”.
“Os desafios da aviação civil são para todos, na medida em que o sector se depara com constantes mudanças e tendências”, afirmou. E apresentou: “Acredito Angola saberá lidar com esta realidade e ultrapassará as adversidades com o apoio das autoridades governamentais”.
Intercâmbio
Kinkile kgomo defendeu a implementação de medidas emanadas dos internacionais para que Angola salvaguarde os riscos, com destaque para a segurança cibernética, no lado da terra, certificação AVSEC, drones e avaliação de risco, assim como o engajamento eficiente e efectivo das partes interessadas, desde a Polícia aos órgãos responsáveis pela aplicação da lei.
O técnico em segurança reconheceu, porém, que a escassez de meios para conter as ameaças constitui um dos principais desafios no sector, daí a importância do cumprimento do “Programa de Windhoek”, subscrito pelos ministros dos Transportes africanos em busca de 18 objectivos, com realce para o aprimoramento da segurança regional, continental, com engajamento dos Estados, tendo em vista uma aviação civil segura e estável.
Voos para os Estados Unidos da América
O secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Carreira, reiterou entre as metas a atingir nos próximos tempos, a obtenção de licença da TAAG para efectuar voos para aos Estados Unidos. Carreira frisou que o desafio, colocado pelo titular do poder executivo, obriga uma avaliação profunda sobre a situação actual do sector, uma vez que “o processo passa pela elaboração do roteiro com vista a obter a certificação emitida pela TSA (Transportation Security Administration).
Por seu lado, a presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Aviação Civil, Amélia Kuvíngua, revelou a inexistência de registos preocupantes de ameaças na Aviação Civil Nacional, não obstante os alertas.
“A ANAC está a trabalhar para evitar situações que possam pôr em causa a segurança aérea, almejando que o país seja uma referência nas operações de Aviação Civil”, concluiu.