Cerca de dois meses depois de ter inaugurado o Terminal Oceânico da Barra do Dande, o Presidente João Lourenço volta, amanhã, à província do Bengo, para a inauguração, da nova Centralidade do Bucula, baptizada com o nome de uma das heroínas da terra, Teresa Afonso Gomes, e do Hospital Regional que, além das populações locais, vai expandir os seus serviços para as vizinhas províncias do Zaire, Uíge e até de Luanda.
Numa primeira fase, vão ser entregues, na nova centralidade, mil residências de tipologia T3, lojas, escolas primárias, secundárias, jardins de infância um posto da Polícia Nacional, bem como um posto médico totalmente equipado.
Quanto ao Hospital, este terá capacidade para 200 camas e como novidade está o facto de, pela primeira vez, a província do Bengo contar com serviços de hemodiálise a funcionar na referida unidade hospitalar, além dos serviços de Medicina Geral, Pediatria, Cirurgia, e tantos outros, considerados essenciais nos cuidados médicos.
O novo Hospital vai contar, ainda, com 15 clínicas distribuídas em 24 blocos, várias valências que incluem um centro de investigação científica e de formação especializada dos técnicos.
Construído num espaço de 45 mil hectares, a nova infra-estrutura custou aos cofres do Estado mais de 60,1 milhões de dólares.
Enquanto isso, a euforia toma conta da cidade, onde tudo está a ser arrumado ao pormenor para receber o Chefe de Estado, que além das inaugurações, vai inteirar-se, também, da situação sócio-económica da província e baixar algumas orientações para que muitos problemas que atingem as populações, principalmente os jovens, sejam resolvidos.
A maioria dos jovens está preocupada com a habitação, e sonha com a casa própria, além de emprego. Logo, com a inauguração da nova centralidade, esperam ter uma boa oportunidade para realizar aquele sonho.
Portanto, todas as condições estão criadas à volta da recepção do Presidente da República e espera-se que venha a ser recebido por uma grande moldura humana e várias figuras e entidades, entre tradicionais, religiosas e da sociedade civil.
Por outro lado, as populações acreditam que a vinda do Chefe de Estado ao Bengo seja a oportunidade para exprimir as suas preocupações, como a melhoria das estradas para o escoamento de produtos do campo para a cidade, já que a província é potencialmente agrícola.
A aceleração das obras relacionadas com a distribuição da energia eléctrica em todo o território do Bengo, principalmente no triângulo dos Dembos e Nambuangongo, cujas empreitadas já tiveram início desde o princípio deste ano, bem como a situação do fornecimento da água potável a nível da cidade de Caxito e arredores, são outros assuntos que esperam apresentar ao Presidente.
O emprego é outro problema que as populações encaram com sérias preocupações, a tal ponto que muitas são as opiniões das pessoas que acham que a entrada em funcionamento dos serviços do novo hospital, tal como a abertura da centralidade, devem ser portas de entrada para os jovens desta província conseguirem empregos.
Enquanto isso, na cidade são visíveis sinais de mudança, com ruas limpas, jardins reparados e um trânsito cada vez mais ordenado. Muitos edifícios foram pintados, ruas engalanadas e prontas para receber a visita do Chefe de Estado.
Com a entrada em funcionamento das duas infra-estruturas sociais ficam também garantidas as condições de mobilidade e habitabilidade a nível local.Esta é a segunda centralidade que a província do Bengo dispõe, depois da do Capari.
Novo Hospital Regional
O novo Hospital Regional, localizado no Bucula, consta, também, da agenda de visita do Presidente João Lourenço, para a inauguração, nesta segunda-feira.
A população do Bengo acredita que o empreendimento vem para dar esperança de vida a muitos cidadãos, não só do Bengo, mas também de outras províncias, como por exemplo as mais próximas: Luanda, Uíge e Zaire.
Joana António, moradora daquela zona há dez anos, diz estar muito feliz por o hospital estar localizado no seu bairro. Mais do que isso, considerou ser uma mais-valia para os moradores e não só, por se tratar de uma estrutura de saúde de grandes dimensões.
Fez saber que, antes, tinha que apanhar uma mota ao preço de corrida de 250 kwamzas para chegar ao Hospital Geral do Bengo em busca de cuidados de saúde, mas, agora, com esta unidade sanitária, vai reduzir a distância e os gastos.
Diana Antónia tem três filhos e reside no bairro Mifuma há mais de 16 anos. Para a moradora, o novo hospital vai trazer vários benefícios por prestar serviços que necessitam, como o de hemodiálise para acudir os pacientes com insuficiência renal e encurtar a distância para Luanda à procura destes serviços. Agora, prosseguiu Diana Antónia, o Bengo está bem servido, pelo facto de ganhar duas novas infra-estruturas, sendo uma de habitação e outra de saúde.
O Hospital Regional do Bengo tem capacidade para 200 camas e, além da Hemodiálise, vai prestar serviços de Medicina Geral, Pediatria e Cirurgia.
As obras para a sua execução tiveram início em Agosto de 2021, num espaço de 45 mil hectares. A empreitada durou 18 meses e esteve a cargo da empresa Promed.
Para a construção do hospital, o Estado gastou um valor global estimado em 63,1 milhões de dólares.Neste momento, o Hospital Regional está concluído e conta com 15 clínicas distribuídas em 24 blocos.
No Bengo, a rede sanitária é constituída por seis hospitais municipais, dois gerais, 22 centros de saúde, um materno infantil e 73 postos de saúde.
A província possui 105 médicos internos de especialidade, 26 médicos especialistas expatriados, 29 médicos especialistas nacionais, 1. 477 enfermeiros, 398 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 158 em regime geral e 237 de apoio hospitalar, perfazendo um total de 2. 430 técnicos de Saúde.
O complexo vai contar, ainda, com seis residências para profissionais de saúde e área de hemodiálise.