O ministro dos Transportes de Singapura, Subramaniam Iswaran, demitiu-se, esta quinta-feira, após ter sido acusado de 27 crimes ligados à organização do Grande Prémio de Fórmula 1 entre 2015 e 2021.
Subramaniam Iswaran anunciou a demissão num tribunal de Singapura, onde foi acusado no caso que envolve o magnata imobiliário Ong Beng Seng, que trouxe a Fórmula 1 para a cidade-Estado em 2008, considerado ser o primeiro escândalo de corrupção na ilha desde a década de 1980.
De acordo com documentos judiciais citados pelo jornal The Straits Times, o ministro é acusado de aceitar subornos e bens de luxo, incluindo bilhetes para o Grande Prémio, no valor de mais de 218 mil dólares norte-americanos, entre 2015 e 2021.
O gabinete do primeiro-ministro, Lee Hsien Loong, comunicou a demissão de Iswaran, que também deixará de ser membro do partido no poder e abandonará o seu assento no parlamento de Singapura, avançou a Lusa.
Lee Hsien Loong indicou que aceitou a demissão, depois de Iswaran o ter informado, por escrito, da decisão de devolver “todo o dinheiro recebido” em salário como ministro e subsídios como deputado desde o início das investigações, em julho de 2023.
Subramaniam Iswaran o primeiro governante da ilha envolvido num caso de corrupção desde 1986, declarou-se inocente de todas as acusações e saiu em liberdade sob fiança de 800 mil dólares de Singapura.
Singapura tinha até agora tratado o escândalo com discrição, prosseguindo uma forte aposta na Fórmula 1. Em 2022, a ilha prolongou o contrato para receber a competição automobilística até 2028.