Luanda celebra acordo de geminação com congénere norte-americana

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A província de Luanda e a cidade de Newark, estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos da América, assinaram, sexta-feira, um acordo de geminação no quadro das iniciativas de promoção do intercâmbio económico, social e institucional entre cidades e povos.

O documento foi rubricado pelo governador Manuel Homem e pelo prefeito de Newark, Ras Baraka, numa cerimónia testemunhada pelo ministro da Administração do Território, Dionísio da Fonseca, em representação do Presidente da República, João Lourenço.

O acordo estabelece, entre outros domínios, a cooperação em matéria de gestão urbana, cultura, desenvolvimento económico e financeiro, agricultura, organização administrativa local, formação de quadros, ciência e tecnologia e parcerias empresariais.

Hampton e Virgínia são duas cidades norte-americanas com uma profunda ligação histórica e cultural com Angola, acolhendo cidadãos descendentes de angolanos levados há vários anos para o continente no período da escravidão.

Com a assinatura destes acordos, ficam reforçados os laços entre os dois países e povos, bem como a criação de oportunidades de promoção do desenvolvimento sustentável das respectivas cidades.

Depois da assinatura do acordo entre Luanda e Newark, o ministro da Administração do Território enalteceu a presença do governador de Luanda e toda a sua equipa, por terem compreendido a visão do Executivo em relação ao processo de geminação entre cidades e municípios.

Encorajou-o a elaborar rapidamente em articulação com a congénere de Newark um plano de implementação do acordo ontem assinado.

Recordou tratar-se de um processo que já começou há algum tempo, e que não dependeu apenas dos esforços dos organismos do Estado, teve a participação de parceiros bastante valiosos, como é o caso da Sister Cities International.

Na sua intervenção, Dionísio da Fonseca assegurou o empenho conjunto para a materialização do plano de acção que será implementado brevemente.

O governante angolano recordou que Angola e os Estados Unidos da América têm uma relação histórica muito longa e profunda. “São mais de quatrocentos anos de interacção e intercâmbio político e cultural, e os primeiros escravizados saídos de África para os Estados Unidos vieram de Angola. O primeiro afrodescendente nascido nos EUA descende de Angola”, disse.

Para o ministro da Administração do Território, esses factos traduzem a importância para o Governo angolano a assinatura deste acordo entre Luanda e Newark.

Outro factor que fortalece esta iniciativa, apontou Dionísio da Fonseca, é o facto de as partes testemunharem nos últimos anos o reforço das relações políticas, económicas e bilaterais.

Além do acordo entre Luanda e Newark, está prevista a celebração de um segundo instrumento entre a província de Malanje e a cidade de Hampton, estado de Virgínia. Os dois eventos realizam-se à margem da participação do Chefe de Estado angolano na 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que arrancou terça-feira, em Nova Iorque, Estados Unidos da América.

Neste capítulo, e com a confirmação da visita do Presidente Biden a Angola, o ministro da Administração do Território sublinhou que “o caminho continua a ser trilhado de forma muito positiva no âmbito do relacionamento entre os dois Estados, e nós entendemos que precisamos de fazer o mesmo caminho entre as cidades e municípios, porque a vida se faz nos municípios”.

Reaproximação histórica e cultural

O governador de Luanda, Manuel Homem, considerou o momento, aguardado há dois anos, como histórico. É uma cooperação muito importante para o país e em particular para Luanda, disse.

A relação entre os dois países tem conhecido um caminho positivo nos últimos dois anos, culminando com a realização de vários projectos, com destaque para a assinatura deste Acordo de Geminação, que vai estreitar os laços culturais e incrementar acções no domínio da Educação e participação das respectivas sociedades.

“Estar aqui representa a reaproximação histórica e cultural entre os dois países e o resgate da aproximação entre os dois povos”, disse.

Manuel Homem assegurou tudo fazer para que o Acordo de Geminação não seja apenas um documento assinado e engavetado. “Vamos fazer de tudo para que seja um plano de acção concreto e se materialize para colocar Newark e Luanda mais próximos”, assegurou Manuel Homem.